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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Deus me ensinou a fotografar



       Esses dias fiquei pensando sobre a tristeza do mundo. Não estou falando de depressão, ou do fato de muitos gostarem de afirmar que esta é a doença do século XXI. Não. Estou falando de algo muito mais profundo e delicado, que aos olhos de quem sente, pode parecer indiferente. Mas o fato é que está ali há tanto tempo que nem faz mais cócegas, ou melhor – quer dizer, pior - nem incomoda mais.
     Em diversas rodas de conversas e outros cafés filosóficos por aí, tentei imaginar como alguém consegue suportar os sofrimentos sem perder o chão e sem acreditar em Deus. E não consegui compreender. O que mais tenho percebido são pessoas muito profundas, com um raciocínio enorme e até mesmo estável psicologicamente. Mas que, na verdade, parecem gritar no seu interior. Não estou dando de psicóloga para analisar o comportamento das pessoas. Bastou apenas ser sensível para perceber a carência de algumas delas.
     O que estou tentando dizer é que essa tristeza é mais fruto de uma ausência de sentido da vida do que propriamente uma dor originada por uma perda, por exemplo. É claro que perdas intensificam sofrimentos. Mas eu acredito que essa angústia de alma, que, lá no fundo, traz um tormento incompreensivo, é porque o ser humano tenta ser entendido aos seus próprios olhos.
     Aí, o problema está na hora em que precisa se apegar em algo, ou buscar respostas aos questionamentos. O que ele se depara é com vácuo, vazio de significados. Digo vazio, pois o entendimento que o trouxe até aquele momento e que muitos se baseiam fortemente para afirmar sobre o relativismo da vida, não foi suficiente para trazer respostas ou preenchimento.
     Você me diz que se apegar em Deus é fantasiar demais, é creditar a uma divindade superior tudo o que eu não consegui responder racionalmente. “Deus? Assim é muito fácil responder.” E sabe o que eu posso te dizer? É, realmente é muito mais fácil mesmo. Mas isso não torna a minha escolha menos inteligente.
     Creio ser mais inteligente, por ser mais saudável. Acredito em uma fé que pensa, e em uma razão que crê. Mas se você quer algo científico a respeito disso, deixo com você Montesquieu: em que ignorância é acreditar que tudo tenha surgido do nada, e que o óbvio, olhando para toda existência, é que de fato, meu amigo, a ideia de um Criador seja real.
     E saudável, porque quebra todo o meu orgulho, de que eu não posso resolver nada sozinha. É como se eu ganhasse a capacidade de desligar o botão da preocupação. Não se trata de apatia ou desleixo não. E sim, de confiança de que tem alguém que trabalha por mim. E esse alguém é Deus. Assim, simples assim, eu não em meto em assuntos que não me cabem resolver.
     Então, me diga você, por que escolher sofrer sozinho, pensando na morte como um fim, sendo que, ela pode ser lucro e um recomeço? Por que perder a alegria, depositando a felicidade em coisas efêmeras só para suprir uma necessidade momentânea?  Por quê? Por quê? Desculpe, mas é isso que eu não consigo entender.
     Você também me pergunta como um conjunto de textos antigos pode refletir na minha vida hoje e exortar o que eu devo ou não fazer? Você nunca leu um manual se quer de todos os equipamentos tecnológicos que possui e sabe manuseá-los muito bem, não é mesmo? Mas se formos refletir, você seria um fotógrafo muito melhor se estudasse cada detalhe de sua máquina e seguisse as instruções corretamente, por exemplo. Você perceberia que aquele simples objeto, agora mais completo e funcional, transformou o seu conhecimento mediano em uma nova experiência.
      Ler o manual foi um retrocesso? Perda de tempo? Não, pelo contrário. Possibilitou uma caminhada em busca da excelência do seu trabalho, com melhores fotos. Agora, você tem uma visão muito além daquilo focado nas lentes da câmera. E eu? Bem, eu digo o mesmo a respeito do meu Manual.
      E sabe o que esse Manual mais me ensinou? Que tem algo que pode preencher essa tristeza, algo que é do tamanho exato e suficiente.  Trouxe uma razão, para o que antes era só loucura. Agora, posso ter uma coisa sólida nesse mundo e que não se desmancha ou traz frustrações. Porque, estas palavras não são fonte de coisas inúteis, mas sim, e com toda a certeza, são a minha Vida!

1 comentários on "Deus me ensinou a fotografar"

João Gomes on 25 de março de 2014 às 06:48 disse...

Perfeito!

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